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Educação financeira também vem de berço


Muitos pais ainda acham que dinheiro não é assunto de criança. Ledo engano. O dinheiro está ligado às nossas vidas desde que nascemos e, à medida que crescemos, torna-se cada vez mais presente. Por isso, é essencial aprender a conviver com ele equilibradamente. As crianças são apresentadas ao mundo capitalista cada vez mais cedo, estimuladas ao consumo precoce. Oferecer alternativas de consumo consciente é fundamental para que elas não se tornem escravas dos seus próprios desejos.

A educação financeira na fase de desenvolvimento dá à criança mais chance de se tornar um adulto responsável financeiramente. É ela que aperfeiçoa a compreensão sobre o dinheiro, desenvolvendo habilidades e segurança para se tornar mais consciente dos riscos e oportunidades que ele traz. Isso não nasce com a criança, é aprendido ao longo da vida, com os exemplos das pessoas que estão à sua volta e com as suas próprias experiências.

A relação que os pais têm com o dinheiro influencia fortemente as escolhas dos filhos no futuro. Em outras palavras, a ideia de dinheiro que se tem na vida adulta tem a ver com o modelo apresentado na infância. Deste modo, é preciso educar os filhos a viverem dentro do seu padrão econômico, eliminando os desperdícios, aproveitando as oportunidades e valorizando o que já têm.

As crianças precisam aprender a fazer escolhas, buscar informações e, muitas vezes, adiar desejos momentâneos para viabilizar algum objetivo importante. Esse comportamento gera um círculo virtuoso dentro das expectativas e possibilidades da família, até que o indivíduo atinja a sua própria independência financeira e reproduza esse modelo autonomamente.

O administrador Gustavo Cerbasi, em seu livro Pais inteligentes enriquecem seus filhos, dá dicas preciosas para quem quer criar cidadãos conscientes e independentes financeiramente:

Valorizar

Ensinar que o ter não é mais importante que o ser, que as coisas mais importantes e valiosas da vida de qualquer ser humano não custam nada: carinho, atenção e respeito. Com isso, na fase adulta, os sentimentos serão mais importantes do que os bens materiais.

Celebrar

Presentear constantemente sem que haja realmente uma necessidade induz a criança a ser adulto consumista e insatisfeito. Crie significado para cada conquista, presenteie somente quando houver motivo ou quando surgir uma real necessidade. Assim, ela tenderá a se transformar em um jovem que sabe distinguir a diferença entre querer e precisar.

Orçar

A criança sabe que, para consumir, precisa de dinheiro. Ensine que o dinheiro vem do trabalho e é limitado. É fundamental entender que ele é recebido em troca de alguma atividade, de algum esforço. Por isso, antes de gastar, planeje e controle.

Investir

Quando os pais valorizam demais o emprego e se esquecem de valorizar os empreendimentos, estão formando adultos que serão, no futuro, escravos do dinheiro. Investir corretamente é um excelente ensinamento sobre como valorizar o dinheiro.

Negociar

Faça de cada compra ao lado de seu filho um evento marcante. Diferencie as idas ao shopping a lazer das idas para compras. Recomende a adoção de uma postura mais fria e calculista nas situações de consumo.

Equilibrar

Os excessos podem ser tão danosos quanto a falta. O equilíbrio é aprendido com o tempo. Uma vida financeira saudável inclui a capacidade de poupar e também de consumir, ambos em equilíbrio.

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