Empreendedor, entenda como calcular o seu próprio salário
Você decidiu ser seu próprio chefe. E agora, qual deve ser o seu salário? A vontade de fazer uma boa retirada mensal é grande, afinal, os esforços para a criação e manutenção do empreendimento são todos seus. Mas, antes de cair em tentação, primeiro analise se o caixa da empresa suporta essa saída financeira mensal. Nenhum empreendedor quer matar a sua galinha dos ovos de ouro, não é mesmo?
Em uma empresa que está começando, é comum o caixa não conseguir suportar o pagamento de todos os custos e despesas. Nesses casos, o empresário tem até que abrir mão do seu pró-labore ou fazer uma retirada mínima até que as contas se estabilizem. No início, o salário do empreendedor está muito mais ligado à saúde financeira do negócio do que à sua vontade de ter um rendimento maior.
Com um planejamento bem feito, esse arrocho tem hora para acabar e, em algum momento, a empresa começa a obter lucros. É nessa hora que o empresário pode meter os pés pelas mãos. Lucro é diferente de salário. O lucro surge quando as receitas ultrapassam os custos. O salário é um tipo de custo. Se o empreendedor passa a aumentar o seu pro-labore dessa maneira, está reduzindo a margem de lucro da sua empresa. Isso pode fazer com que ela cresça menos do que poderia e, consequentemente, gere menos lucro no futuro.
Um bom critério para a definição do salário, nestes casos, é imaginar quanto a empresa pagaria para um funcionário que exercesse as mesmas funções que você. Ou ainda, quanto as outras empresas pagam para pessoas que desempenham tarefas compatíveis com a sua. Essa comparação vai ajudá-lo a estabelecer uma retirada que se equilibre com o valor de mercado. Se ela estiver dentro das possibilidades da empresa, ótimo. Se não estiver, é fundamental ajustar os valores. Conforme o negócio for se consolidando, é possível elevar o pro-labore proporcionalmente, promovendo um crescimento sustentável de receitas e custos.
Outra dica é manter os valores de salários fixos e estabelecer datas anuais para o seu reajuste levando em consideração as disponibilidades financeiras do negócio e os índices de inflação do ano anterior. Assim, a empresa estará respeitando as suas possibilidades de caixa sem perder o valor de compra dos salários.